O Rosto da República

segunda-feira, 17 de maio de 2010



ADELAIDE CABETE

Adelaide Cabete, uma das principais feministas portuguesas do século XX, foi pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres. Presidiu durante muito tempo, ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas. Reivindicou para as mulheres o direito a um mês de descanso antes do parto e o direito ao voto feminino. Em 1933, foi a primeira e única mulher a votar, em Luanda.
De origem humilde e órfã, começou a trabalhar muito nova na apanha da ameixa e a servir em casas ricas de Elvas. Casou com o Sargento Manuel Fernandes Cabete que a incentivou a estudar e a lançou na militância republicana. Fez o exame da instrução primária, aos vinte e dois anos, em 1889, e concluiu o curso liceal, em 1894. Em 1895, o casal muda-se para Lisboa e Adelaide matriculou, na Escola Médico-Cirúrgica, concluindo o curso de Medicina, em 1900.
Republicana militante, tal como o marido, participou activamente na propaganda contra a monarquia. Tinha ideias progressistas e muito avançadas para a época. Aplaudiu o encerramento das tabernas e manifestou-se contra a violência das touradas e uso de brinquedos bélicos.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ilda Puga - O Busto da República

Ilda Pulga, a mulher alentejana que serviu de modelo para o primeiro busto da República. Na altura teria, provavelmente, entre 18 a 19 anos. Os seus descendentes consideram-na uma mulher para a época " muito atrevida e com uma vida cultural muito intensa". Morreu em 1993 com 101 anos.

terça-feira, 23 de março de 2010

Ana Sousa e Castro



1872-1935

Foi a primeira mulher a dedicar-se à literatura Infantil em Portugal. Foi uma intransigente defensora dos direitos das mulheres e da liberdade feminina. Criou a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas e colaborou na criação da Lei do Divórcio, com o ministro da Justiça, Drº Afonso Costa. Considerava que a mulher não devia ser uma peça decorativa e afirmou: “…Não tem opinião para não ser pedante, não lê para não ser doutora e não ver espavoridos os maridos.” Apostava na educação das mulheres para alcançar a igualdade de direitos e por isso escreveu em 1905, “ Mulheres Portuguesas”, o primeiro manifesto feminista.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Carolina Michaelis


Carolina Michaëlis nasceu em Berlim, a 15 de Março de 1851. O pai, Gustavo Michaëlis (1813-1895), era professor de Matemática e dedicou-se ao estudo da história da escrita, ortografia e estenografia. Carolina estudou na Escola Superior Municipal Feminina de Berlim. Em meados do século XIX, não eram admitidas senhoras nas universidades alemãs e por isso teve que estudar em casa. Estudou literatura greco-romana, línguas eslavas, semitas e românicas. Também estudou árabe, para poder ler manuscritos no original. Na Universidade de Coimbra, há cadernos de apontamentos seus, escritos em árabe.
A sua inteligência e as suas qualidades de trabalho eram invulgares. Aos 14 anos traduziu o Novo Testamento, do Castelhano. Em 1867, com apenas 16 anos, Carolina começou a publicar, em revistas alemãs da especialidade, trabalhos sobre língua e literatura espanhola e italiana, O interesse pelo português chegou depois. Rapidamente Carolina se tornou conhecida no meio dos estudos filológicos da Europa. A sua facilidade para as línguas dá-lhe o reconhecimento oficial para ser tradutora, ainda muito jovem. Casa-se em 1876 com o português Joaquim de Vasconcelos. Em 1911, é convidada para professora da Faculdade de Letras de Lisboa mas transfere-se para a Universidade de Coimbra, para assim manter residência no Porto. Nesse ano é eleita para a Academia das Ciências, facto que veio a ser objecto de discussão, por se tratar de uma mulher. Foi a primeira mulher a leccionar numa universidade, em Portugal

segunda-feira, 15 de março de 2010

Maria Veleda

Foi uma feminista, uma republicana e uma livre pensadora. Destacou-se na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, numa época em que a sociedade conservadora as destinava à vida doméstica. Empenhou-se pelo direito das mulheres ao sufrágio universal, efectuando petições, discursos e chefiando delegações junto dos Órgãos de Soberania. Foi dirigente da " Liga Republicana das Mulheres Portuguesas", entre 1910 e 1915. Era anti -clericalista, o que lhe casou muitos dissabores, quer pela facção mais conservadora da Igreja, quer pelos adeptos da Monarquia. Após a revolução republicana fez parte de um grupo chamado " Pró-Pátria" que percorreu o país em defesa do regime implantado.

Em 1915 participou na preparação de um golpe de Estado contra o general ditador, Pimenta Machado e foi a favor da entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial. Mostrou-se desiludida com a actuação dos governos republicanos que não souberam cumprir com as promessas feitas: o voto às mulheres e formar uma sociedade mais justa e livre. No jornal " Século" e noutros periódicos continuou a defender os seus ideais feministas e republicanos até ao fim da sua vida. O seu veraddeiro nome era Maria Carolina Frederico Crispim.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Divórcio

Em Portugal, o divórcio foi legalizado no dia 3 de Novembro de1910, menos de um mês após a implantação da República. Marido e mulher terão desde então o mesmo tratamento legal, quer relativamente aos motivos de divórcio quer aos direitos sobre os filhos. A esposa deixa de ter o dever de obedecer ao marido. O adultério passa a ser considerado crime, cometido pela mulher ou pelo homem. Contudo, a Concordata assinada com o Vaticano em 1940 retira, dos que se casem na Igreja Católica, o direito de se divorciar - restrição que será revogada em 1975.

domingo, 31 de janeiro de 2010



A revolta tem início na madrugada de 31 de Janeiro de 1891. Os revoltosos descem a rua do Almada até à Praça D. Pedro, hoje Praça da Liberdade e em frente ao antigo edifício da Câmara Muncipal do Porto ouviram o Drº Alves da Veiga proclamar a Implantação da República. Hasteou-se uma bandeira vermelha e verde. Entretanto, a multidão de revoltosos (militares e populares) decide ocupar a estação de Correios e Telégrafo que ficava na praça da Batalha. Quando sobem a rua de Santo António ( hoje 31 de Janeiro) são barrados pela Guarda que, das escadarias da Igreja de Santo Ildefonso, atiram sobre a multidão. Às dez da manhã, os revoltosos rendem-se.