quarta-feira, 17 de março de 2010
Carolina Michaelis
Carolina Michaëlis nasceu em Berlim, a 15 de Março de 1851. O pai, Gustavo Michaëlis (1813-1895), era professor de Matemática e dedicou-se ao estudo da história da escrita, ortografia e estenografia. Carolina estudou na Escola Superior Municipal Feminina de Berlim. Em meados do século XIX, não eram admitidas senhoras nas universidades alemãs e por isso teve que estudar em casa. Estudou literatura greco-romana, línguas eslavas, semitas e românicas. Também estudou árabe, para poder ler manuscritos no original. Na Universidade de Coimbra, há cadernos de apontamentos seus, escritos em árabe.
A sua inteligência e as suas qualidades de trabalho eram invulgares. Aos 14 anos traduziu o Novo Testamento, do Castelhano. Em 1867, com apenas 16 anos, Carolina começou a publicar, em revistas alemãs da especialidade, trabalhos sobre língua e literatura espanhola e italiana, O interesse pelo português chegou depois. Rapidamente Carolina se tornou conhecida no meio dos estudos filológicos da Europa. A sua facilidade para as línguas dá-lhe o reconhecimento oficial para ser tradutora, ainda muito jovem. Casa-se em 1876 com o português Joaquim de Vasconcelos. Em 1911, é convidada para professora da Faculdade de Letras de Lisboa mas transfere-se para a Universidade de Coimbra, para assim manter residência no Porto. Nesse ano é eleita para a Academia das Ciências, facto que veio a ser objecto de discussão, por se tratar de uma mulher. Foi a primeira mulher a leccionar numa universidade, em Portugal
segunda-feira, 15 de março de 2010
Maria Veleda
Foi uma feminista, uma republicana e uma livre pensadora. Destacou-se na luta pela igualdade de direitos entre homens e mulheres, numa época em que a sociedade conservadora as destinava à vida doméstica. Empenhou-se pelo direito das mulheres ao sufrágio universal, efectuando petições, discursos e chefiando delegações junto dos Órgãos de Soberania. Foi dirigente da " Liga Republicana das Mulheres Portuguesas", entre 1910 e 1915. Era anti -clericalista, o que lhe casou muitos dissabores, quer pela facção mais conservadora da Igreja, quer pelos adeptos da Monarquia. Após a revolução republicana fez parte de um grupo chamado " Pró-Pátria" que percorreu o país em defesa do regime implantado.
Em 1915 participou na preparação de um golpe de Estado contra o general ditador, Pimenta Machado e foi a favor da entrada de Portugal na 1ª Guerra Mundial. Mostrou-se desiludida com a actuação dos governos republicanos que não souberam cumprir com as promessas feitas: o voto às mulheres e formar uma sociedade mais justa e livre. No jornal " Século" e noutros periódicos continuou a defender os seus ideais feministas e republicanos até ao fim da sua vida. O seu veraddeiro nome era Maria Carolina Frederico Crispim.